O ex-Presidente Lula recebeu ontem o Prêmio Food World 2011, em Washington. Lula quer usar a premiação para cacifar a candidatura de seu ex-ministro José Graziano da Silva para a direção geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O ex-presidente de Gana John Agyekum Kufuor também foi premiado ontem. Segundo os organizadores do evento, os dois ex-presidentes foram escolhidos pelo esforço feito durante seu governo para executar políticas públicas de combate à fome e à pobreza.
Brasil e Gana devem cumprir metas do Milênio da ONU, de reduzir a pobreza pela metade até 2015. O World Food Prize foi criado em 1986 por Norman E. Borlaug, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1970, para premiar pessoas que contribuem para o fim da fome no mundo.
Lula, de acordo com as informações do prêmio, determinou que mais de dez ministérios se concentrassem nos programas de transferência de renda, permitindo que mais pessoas tivessem acesso à alimentação. O ex-presidente foi elogiado pelo estímulo à agricultura familiar e aos projetos de educação. Segundo dados oficiais, o Brasil reduziu de 12% a faixa de pessoas vivendo em condições de extrema pobreza, em 2003, para 4,8%, em 2009.
Com a premiação, o ex-presidente pretende reforçar a candidatura de Graziano para a direção-geral da FAO, feita por Lula em 2010. A eleição acontecerá durante o congresso da entidade, que começa no sábado, dia 25, em Roma.
O ex-ministro Graziano é agrônomo, economista e coordenou a elaboração do programa Fome Zero, que foi desarticulado no começo do governo Lula. Desde 2006, Graziano é o representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe. A função da direção geral do órgão é, sobretudo, diplomática. O objetivo central do órgão da ONU é promover a segurança alimentar no mundo.
Lula intensificou a pressão internacional pela eleição de Graziano. No domingo, o ex-presidente publicou no jornal inglês The Guardian um artigo apoiando-o. Segundo o ex-presidente, a candidatura reafirma o "compromisso do Brasil para com a agenda universal de combate à pobreza e à fome". Lula afirmou que o Brasil, em seu governo, se comprometeu a colocar o problema da fome como uma das prioridades da comunidade internacional.
"De modo consistente com isso, o Brasil tem trabalhado internacionalmente por uma ordem global mais igualitária e equilibrada. Nossa perspectiva está baseada na construção de parcerias igualitárias com países em desenvolvimento em todo o mundo", escreveu Lula. "As credenciais do Brasil no combate à fome e à pobreza estão bem estabelecidas", afirmou. Segundo Lula, o Fome Zero, coordenado por Graziano, " foi o ponto de partida para todas as outras políticas implementadas nos anos seguintes", escreveu o ex-presidente, referindo-se a programas de transferência de renda como o Bolsa Família.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Fora da oposição, Colombo pede verbas a Dilma
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, obteve da presidente Dilma Rousseff, em reunião ontem, em Brasília, a promessa de auxílio do governo federal em demandas de infraestrutura para seu Estado. As principais obras serão a construção e a conservação de rodovias, a reforma do aeroporto de Florianópolis e a construção de um novo presídio.
A discussão sobre a divisão dos royalties do petróleo também foi tema da reunião. "É um absurdo que somente alguns Estados recebam dinheiro. A riqueza deve ser repartida com todo o Brasil. Vamos mobilizar, na medida do possível, nossos parlamentares para votarem de acordo com os interesses estaduais", disse Colombo.
Segundo Colombo, a duplicação da BR 470, utilizada no escoamento da produção para os portos do Estado é fundamental. "A obra é importantíssima para levar a produção aos portos e vai custar mais de R$ 1 bilhão", explicou. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) fará um empréstimo de US$ 250 milhões para recuperação de estradas estaduais e o BNDES vai entrar com mais R$ 40 milhões para uma série de obras em infraestrutura em Joinville. Colombo disse que a duplicação da BR 470 terá o edital lançado já no próximo mês. O aeroporto de Florianópolis tem a licitação prevista para daqui a 60 dias e a construção de uma nova penitenciária aguarda a liberação dos recursos federais.
Eleito pelo DEM, partido de oposição ao governo federal, Colombo anunciou que vai se transferiu para o PSD, partido que está sendo criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Segundo entrevistas dadas por seus fundadores, a legenda não fará oposição sistemática ao governo federal, com quem pretende estar mais alinhado do que contra.
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