domingo, 20 de fevereiro de 2011

ONDE ESTÃO NOSSOS DIREITOS DE IR E VIR

Demo Líder dos arrozeiros quer acabar com Ibama, Incra e MP

Depois de lutar durante anos contra a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, o líder arrozeiro e agora deputado federal Paulo César Quartiero (DEM-RR) em nada lembra, na Câmara, o estilo agressivo que marcou sua campanha contra indígenas e o governo federal. Quartiero agora circula sozinho pelos corredores e fica isolado no plenário, pelos cantos.

Mas continua ácido nas suas declarações. O deputado revela desejo de apresentar projetos de lei não para criar nada, mas para extinguir: o Ibama, o Incra, a Funai e também o Ministério Público. Todos seus algozes no passado recente.

Escolhido coordenador da área agrícola na bancada do DEM, Quartiero afirma que ainda não se acostumou com a relação entre os parlamentares.

O demo Quartiero, que se define como um nacionalista, queixa-se de que expressões como patriotismo, soberania e desenvolvimento nacional estão fora do glossário:

Na última quinta-feira, Quartiero fez seu primeiro discurso. De cinco minutos. Um pouco nervoso, o deputado tratou da crise que atinge o Executivo de Roraima, com a cassação do governador José de Anchieta Júnior (PSDB), que governa com uma liminar.

Quartiero tem uma referência no Congresso: o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que foi contra a demarcação em área contínua de Raposa, tal e qual o colega de Roraima, e é autor do relatório do Código Florestal, que agrada os ruralistas e arrepia os ambientalistas.Quartiero, que mantém na mesa em seu gabinete um exemplar, com dedicatória, do livreto de Aldo Rebelo sobre o Código Florestal.

Agora, Quartiero explora a rizicultura no Marajó (Pará). O Incra o acusa de utilizar terras públicas. Já colheu a 1ª safra e está levando para lá seu parque industrial. Sobre as declarações provocativas, não titubeia.Informações do Globo, jornal de oposição a Lula

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Isolados por pedágio estocam gás e comem pão velho

O governador Geraldo Alckmin continua sendo serviçal de um punhado de empresas privadas que monopolizam as principais rodovias do Estado de São Paulo.A multiplicação do número de praças de pedágios e o aumento abusivo nas tarifas individuais completam o assalto “legalizado” que finalmente o hoje,a Folha, o jornal do PSDB, enxergou e resolveu publicar uma matéria para seus assinantes. Leia a seguir a matéria na íntegra


Heraldo Ezier Bizi, 68, montou um estoque de seis botijões de gás dentro de casa -um para cada morador, já incluídos os dois netos.José Pedro Moreno Morcillo, 58, armazena comida.

Adenair Scardua, 65, comprou quatro galinhas para garantir os ovos do jantar.E há mais de um ano quase toda a vizinhança não come mais pão fresquinho, não recebe a visita da Guarda Municipal nem a pizza do delivery.Não se trata de prenúncio de guerra nem catástrofe.

É só a vida de moradores que ficaram isolados pela implantação de uma praça de pedágio na SP-332, em Paulínia (a 117 km da capital paulista), com tarifa de R$ 7,65.

A cobrança, a cargo da concessionária Rota das Bandeiras, começou há 14 meses -na segunda etapa de concessões do governo paulista.Ela é feita num acesso lateral da estrada. O alvo eram caminhões de uma refinaria da Petrobras. Mas os moradores das casas espalhadas nas proximidades da fazenda Cascata ficaram sem alternativa de acesso a lugares indispensáveis como padaria, farmácia e banco.

O estoque de mantimentos é uma estratégia para atenuar a passagem no pedágio.

"Imagina pagar R$ 7,65 de manhã para comprar três pãezinhos, que não custam nem R$ 1. Aqui não existe comércio", diz a servidora Rosineide de Oliveira Moreno, 51.O marido dela reclama que não consegue nem receber a visita regular dos netos, mesmo morando a dez minutos deles. "Nem usamos a rodovia. É só para atravessar um pontilhão", conta José Pedro.

O transporte público não serve de opção -por ser uma área afastada, os ônibus só passam três vezes no dia.

A concessionária diz que os pontos de pedágio foram definidos pelo governo e que ela segue o contrato.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, não reconhece os problemas

SEM SERVIÇO PÚBLICO

Queixas de isolamento devido à implantação de pedágio se repetem em outros lugares do Estado -inclusive em concessões do governo federal, como a Fernão Dias.Em Paulínia, há um agravante: esses habitantes, que a prefeitura estima em mais de mil, tiveram até serviços públicos reduzidos.

A Guarda Municipal não vigia mais a área separada pelo pedágio -alega não ter isenção para seus carros e não ter como custear a tarifa para fazer a ronda."Não há possibilidade de prestar serviço público lá por conta da cobrança. Só em caso de emergência", afirma Ronaldo Pontes Furtado, secretário de Segurança Pública."O lixo era coletado três vezes por semana. Agora, é uma. O pessoal da saúde não vai porque tem pedágio", complementa ele.

Empresas que vendem gás, galões de água e material de construção interromperam as entregas na região -exceto se a tarifa de R$ 7,65 for paga pelo próprio cliente.Quem trabalha no centro de Paulínia passou a ter a despesa extra diariamente -num mês, beira R$ 200.

Morador do local há 14 anos, Espedito de Paula Dias, 80, diz que nunca mais recebeu os clientes que compravam as abóboras de seu sítio.A rota à cidade vizinha, Cosmópolis, não adianta. A 3 km, tem outro pedágio, de R$ 5,45 -na ida e na volta.

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